sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Poema II

Porque me toma?
Porque insistes em permanecer em meu peito?
Vejo-me sem destino, sem fronteiras quando esse sentimento a muito adormecido aflora em meu peito.
Por onde você anda?

Será que você é fruto da minha emoção em meu peito ou realmente estas por aí a minha espera. A espera do meu chamado.
Chamado esse que me amedronta ao pensar na sua recusa pelo meu amor que há tanto tempo aguarda o teu retorno, mais sempre encontra a tua ausência. Ausência essa que fere cada centímetro, espessura e artéria de meu coração.
Esse órgão que de uma tradução tão subjetiva e irreal toma um sentido tão real e dolorido.
Amo-te de uma forma como jamais quis amar um dia e hoje me enxergo impossibilitada de oferecer meu coração a alguém por que você fez dele sua propriedade exclusiva, cuja escritura se encontra em seu poder, assinada e registrada com as letras do amor e da paixão.
Prefiro anestesiar a dor do sofrimento com a minha fantasia. Um dia, quem sabe terei a possibilidade de transformar a minha fantasia em realidade.
Sabe as borboletas? Não as que voam... As que quando estamos ansiosos, curiosos e apaixonados surgem em nosso estômago, eu as senti por um grande tempo com freqüência. Mais hoje vejo que as borboletas adormeceram isso de alguma maneira é bom. Assim anestesio a dor da solidão!
Sinto saudade da sua voz, do seu cheiro, da sua pele... Sinto saudade de amar mais uma vez, de me apaixonar todo dia por você, sinto saudade de momentos que jamais voltarão, da música... Mas, essa saudade é aquela distante, aquela saudade que nem saudade na verdade deixa aquela que a gente sente com aroma, com sabor.
Apaixonar-me pelos seus movimentos, pela sua voz, pela melodia da música, pelo seu olhar, pelos seus gestos, por você inteiramente, foi bom em algum instante.
Não acreditava que as lembranças tinham cheiro, mais hoje eu sinto seu aroma.
Algumas têm aroma de chuva, outras têm um aroma cítrico, um cheiro único e insubstituível. É incrível como minha memória fotografa o momento e ao recordá-lo, vejo-me ali. Eu fora do meu corpo mais o enxergando tão claramente a ponto de sentir a mesma emoção.
Complicado de explicar, mais isso sempre acontece (pelo menos comigo).
E quando não penso em ti enxergo um destino, mesmo que não seja o que você me fez enxergar, por que esse destino você me roubou, roubou dos meus pés, dos meus braços, mais continua aqui guardado em meu peito.
A minha maior tolice foi achar que podia amar por nós dois... Quando mesmo sabendo a realidade sofri por te amar tanto, tanto. Um dia consegui enxergar que não sentes o mesmo que eu e me libertei mesmo que artificialmente dessa dor que um dia me corroeu.
Tento levar a minha vida adiante mais te levo em meu coração, em meu peito, em minha alma...
Como memória de um sentimento incondicional e real!

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